Muito se fala sobre a importância das Florestas com o clima. Mudanças climáticas como resultado da emissão de gases e desmatamento são manchetes recorrentes na mídia. Nos esquecemos, muitas vezes, do papel dos oceanos, e em especial algumas feições oceânicas, na regulação do clima e da temperatura do planeta. Não fossem esses mecanismos de regulagem climática, a região equatorial esquentaria sem parar e os polos, ao contrário, esfriariam continuamente. Dá para imaginar isso? Dentre esses mecanismos cabe destacar o papel da Corrente do Golfo, que pode (ou podia) chegar a mais de 2 m/s, a corrente mais forte e rápida do planeta. Estamos falando de cerca de 20 milhões de metros cúbicos por segundo de água quente retiradas da região equatorial e levada para as regiões frias do Norte.
A Corrente do Golfo, formada na região oceânica próxima à Flórida, que percorre toda a costa americana em direção norte, pode ser representada com uma onda planetária. O aquecimento das águas oceânica no equador resultam em uma expansão da água, formando um morro de onde as águas deslizam par as regiões de águas mais frias, mais baixas por contraídas. É um verdadeiro espetáculo planetário, mas que, infelizmente ameaçado. Esse é um grande risco que nos desafia e nos ameaça. Com o aquecimento global, as diferenças de temperatura entre o norte e o equador diminuíram. Ou seja, a diferença de altura da montanha de água quente na região equatorial, diminuiu em relação à superfície do norte oceânico mais frio. Com isso a velocidade da Corrente do Golfo diminuiu. Agora ela circula mais lentamente, transporta menos água, resfria menos o equador e esquenta menos as regiões polares e de altas latitudes. O relatório especial de 2019 sobre os oceanos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) já fez o alerta dessa situação. O alerta da preservação da Amazônia deve se juntar ao alerta da preservação da Corrente do Golfo, e seus trapézios invisíveis.
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